A estratégia de marca como diferencial competitivo durante a crise

A “estratégia da marca” promove a coerência entre o que a empresa faz e o que diz que faz, aumentando sua visibilidade e a credibilidade

 

O ano de 2015 anuncia-se, desde já, cheio de incertezas. A economia promete andar de lado. A situação do mundo não ajuda. A inflação é uma ameaça. A oposição, derrotada nas urnas, acordou de um torpor de mais de uma década e promete o combate democrático, o que indica turbulência política à frente. A sociedade, mais conectada e mobilizada, colocou muitas demandas sobre a mesa e pode novamente sair às ruas. Esse cenário é ruim para as empresas. Muitas já usam da cautela em seus planejamentos, revisando investimentos para baixo.

Mas diante de um quadro como esse, não basta às empresas controlar os custos ou aumentar a eficiência (o que é necessário, claro, mas que todas farão). Só que isso não dará a nenhuma delas uma vantagem competitiva. Num momento de incertezas e dúvidas, sairá na frente a empresa que inovar em termos de mensagem. A que se posicionar de forma transparente acerca de seus valores corporativos e do diferencial de seus produtos, conjugando uma imagem com a qual o cliente se identifique, confie e aposte.

A boa notícia é que a criação de um novo posicionamento, diferenciado e competitivo, é a mais eficiente e duradoura ferramenta de gestão que existe. E em muitos casos, é também a mais barata. Ela está na raiz da cultura das empresas vencedoras, qualquer que seja seu porte.

Ela parte da definição da “estratégia da marca”, que define a visão, o propósito com o qual a empresa se destaca no mundo, que faz ela ser o que ela é. Muitas empresas não fazem ideia do que são, do que representam. Na hora em que se apresentam diante do cliente, não conseguem “marcar presença” ou “causar uma impressão” porque usam discursos que não são seus, mas lugares comuns do mercado.

Já as empresas que sabem o que são e o que representam, porque existem e o que seus produtos significam, chegarão a uma combinação única. Porque essas empresas juntarão o que tem de mais “característico” com o produto que fabricam E ao descobrirem quem são e o que representam, elas definirão com maior segurança sua filosofia empresarial, o desenvolvimento de produtos, o relacionamento com os clientes.

Os empregados terão uma visão mais clara do caminho que tem à sua frente, saberão com maior clareza o que tem de fazer e se sentirão parte de um time atrás de um objetivo. Farão parte de uma “causa” comum. Isso gera engajamento. Para fora, poderão comunicar sua imagem com maior clareza, o que é importante num momento de muito bombardeio midiático em cima de consumidores “fechados”, na defensiva. Já os consumidores que se identificarem com a marca, aderirão à ela uma vez que apresentam uma mensagem que faz sentido para eles.

A “estratégia da marca” promove a coerência entre o que a empresa faz e o que diz que faz, aumentando sua visibilidade e a credibilidade. Por isso, as empresas que apostarem agora e iniciarem seu planejamento para 2015 a partir de sua “estratégia de marca” terão maiores chances de se posicionar de forma contundente e significativa.

Marco Piquini é jornalista de formação, trabalhou como executivo do Grupo Fiat por quase duas décadas. Comandou a comunicação da holding Fiat do Brasil por 10 anos e, entre 2007 e 2012, foi Diretor de Comunicação da Iveco para a América Latina, posição em que estruturou a área, integrando a comunicação interna, o relacionamento com a imprensa e comunidades, a publicidade, os eventos e o programa de sustentabilidade. Sobre essa base, liderou o reposicionamento da marca no mercado brasileiro e fez parte do projeto que levou a Iveco a aumentar suas vendas seis vezes ao longo de cinco anos.

 

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