Como motivar colaboradores com deficiência?

Há mais de 30 anos o dia 21 de Setembro é celebrado como o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência no Brasil e, de lá pra cá, muitos desafios foram superados e tantos outros ainda cumprem um longo trajeto, especialmente na inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Ainda que desde a década de 60 a Declaração Universal dos Direitos Humanos deixe claro que todas as pessoas devam ser tratadas igualmente, independente de qualquer deficiência que se possa ter e que os deficientes devem ter todos os tipos de necessidades especiais levadas em consideração no desenvolvimento econômico e social, apenas em 2004 a Lei da Inclusão Social foi aprovada e passou a obrigar as empresas com mais de cem funcionários a ocupar de 2% a 5% das vagas com pessoas com deficiência – uma tentativa de tentar superar o desafio que é incluir pessoas com deficiência no mercado de trabalho.

Isso significou também uma fiscalização rigorosa por parte do Ministério do Trabalho e Emprego que fez com que as mais de 12 mil vagas ocupadas por pessoas com deficiência na época da validação da lei se transformassem hoje, em 2015, em mais de 350 mil vagas em todo país, sendo representadas em  64% por homens e 35% por mulheres. Uma pesquisa de 2010 apresenta ainda mais detalhes sobre a realidade das pessoas com deficiência no mercado de trabalho: os segmentos que mais contratam pessoas com deficiência no Brasil são a indústria, serviço e administração pública. E essas pessoas, ao buscar emprego, priorizam os benefícios e o ambiente oferecido pela empresa na hora de escolher onde trabalhar. No entanto, mais do que contratar, é possível pensar as pessoas com deficiência dentro de uma perspectiva maior e melhor para todos – especialmente quando se considera que essa é uma fatia cada vez maior de colaboradores. Confira algumas sugestões para serem refletidas pela sua empresa nesse Dia  Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência:

  • Contratar pessoas por acreditar nos seus potenciais e não apenas para cumprir a lei de cotas

Embora a Lei de Cotas signifique grandes avanços na inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, ela também cria um novo desafio ao grupo: o de ser contratado com a possibilidade de construir uma carreira. Ao cumprir as metas definidas por lei, muitas empresas perdem a oportunidade de explorar as potencialidades das pessoas com deficiência e acabam restringindo essas vagas a cargos iniciais. Para resolver isso, uma ideia é que as empresas abram contratação para todo tipo de deficiência para que a contratação ocorra pelo melhor candidato para a vaga e não seja restrito pela deficiência que ele tem. Dessa forma, eles podem ser vistos como pessoas que vão gerar competitividade e produtividade às empresas.

  • Investir em acessibilidade

Parece óbvio, mas muitas das empresas que cumprem a meta colocada pela Lei de Cotas não investe em acessibilidade em sua estrutura. Com esse cenário, são somados novos desafios aos colaboradores da empresa que têm deficiência: o de conseguir se movimentar em espaços que não são adaptados (e, portanto, receptivos) às suas deficiências, a dependência da ajuda de outros colaboradores já que esses ambientes não facilitam a sua autonomia e, por fim, o preconceito que é fortalecido por essas práticas. Empresas que investem em acessibilidade investem também em eficiência, já que contam com colaboradores capazes de fazerem a diferença no ambiente de trabalho.

  • Lideranças preparadas para lidar com pessoas com deficiência

O princípio da igualdade trabalhado pelos movimentos sociais é de que é preciso reconhecer as diferenças. Uma vez que as pessoas com deficiência têm um histórico muito grande de exclusão e muitas vezes não encontram oportunidade de capacitação e qualificação adequadas para seus desafios, eles nem sempre conseguirão ter as mesmas experiências profissionais. A forma de superar esses desafios é com a qualificação de líderes que saibam acompanhar a trajetória diária dessas pessoas e possibilitar a elas oportunidades que potencializem seus pontos fortes.

  • Investir em palestras e treinamentos para esse público

No calendário de eventos das empresas, muitos encontros que trabalham a inspiração dos colaboradores tem foco segmentado. É o caso, por exemplo, dos eventos para o Dia das Mães, Secretárias e outros nichos que abrangem a rotina dos colaboradores de cada empresa. No entanto, poucos deles têm foco nesse grupo de colaboradores ou na sensibilização da empresa para a importância das pessoas com deficiência no ambiente de trabalho. Nesses casos, é sempre válido conhecer, por exemplo, a história de vontade e determinação de David César e seus desafios superados apesar de sua deficiência.

Para fechar a reflexão da semana, indicamos o vídeo abaixo promovido pelo IBDD

 

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